O Protestar
É muito de homem protestar. Mandar vir, ou armar escarcel (como é muito mais bem vindo na gíria d'homem) é uma das suas qualidades inatas, que têm como função nada mais que abrir todo um leque de oportunidades para demosntrações de testosterona - nomeadamente a zaragata, ou simplesmente animar uma tarde em família com umas cintadas de amor. Apesar da frequente aparência neflibata e apática, homem à séria está sempre à procura de motivos para armar a puta.
Este poste tratará do protesto relativamente a serviços prestados. Ou seja, protestar porque a fila não anda por causa da lenta da estagiária caga-tacos que não sabe marcar os preços. Protestar porque o café está frio por causa do anormal do filho do Tone que, como se não bastasse ter sardas e parecer uma bicha flutuante, não aquece as chávenas e ainda se ri com aquela cara de cu à paisana. Protestar por causa do preço da gasolina, então é o pão nosso de cada dia. Mesmo que desça.
Tal como o comer e o dormir, o protestar faz parte de todo um enorme conjunto de necessidades biológicas conservativas às quais o homem tem de ceder para não bater a bota. Um gajo não come, tem fome. Não dorme, tem sono. Coçar o saco previne a impotência. E, como o nome indica, protestar previne o cancro da próstata.
Um possível cenário é homem à séria ir comprar carne para o churrasco de domingo, que fará com os colegas depois do jogo do Clube Desportivo "Unidos do Garrafão". É sobremaneira masculino ir pouco antes da loja fechar e demorar-se uma eternidade. Tudo se processa quando a filha da Micas Mija-Fininho, que está na caixa, começa a dizer "Ó faxabôr, quero fechar a loijá, quésta merda num é assinhe, num me pagaum horas ecstra!". Aí o homem sorri por dentro (sarcasticamente, e não da maneira bicha e poética que a expressão possa eventualmente sugerir), enche o peito e urra: "Ó blá que fuoi cuarailho? Habia mas era de sacar o cinto fuorá e rebentar-te tuodá! Esta merda no tempo do meu pai piava mais fino cuarailçho!". A mulher terá então duas hipóteses: ou reconhece o teatro em que se encontra envolvida como uma circadiana e inócua interacção social, ou então não foi ensinada como deve de ser e protesta, protesto este mais do que obviamente retaliado com duas galhetas bem dadas.
Note-se que o cenário supradescrito fará ainda ondas, saciando ainda mais a vontade de protesto do homem. O assunto será discutido no café, e talvez o pai da cachopa venha pedir satisfações, o que propiciará delicioso e idiossincrático evento social, a ser discutido por mais de duas semanas, e acerca do qual o Joca Rato, aquele da boina, vai recolher dinheiro das apostas a ver quem fica mais fodido. Claro que ambos os envolvidos, já experienciados no social masculino, sabem que nada disso abalará a sua amizade e quando o pai da catraia chegar a casa ainda lhe atesta por cima. Que D'Homem.
Ressabianços: 5
(19 janeiro, 2006 16:55)
Ressabiar eh mesmo muito d'Homem!
Post aprovado pelo Compi!
(19 janeiro, 2006 16:57)
Ah, esqueci-me de mencionar uma coisa:
Piça, cona, broche, caralho, pintelho, cu, minete, mamada, enrabadela, mamas, punheta, rata, foda-se para esta merda!
(20 janeiro, 2006 08:42)
"nefelibata" :)
chucha
(20 janeiro, 2006 16:21)
É d´Homem o jogo da bolacha?
(20 janeiro, 2006 19:04)
a unica coisa que o jogo da bolacha poderá ser é uma bichanice, para além disso, so me ocorre "muito menos" como referencia...
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